Chamado à construção de uma corrente sindical e popular revolucionária

Chamado à construção de uma corrente sindical e popular revolucionária
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Declaração da Aliança Revolucionária dos Trabalhadores – ART

É pública e notória a enorme dispersão na esquerda revolucionária em nosso país, dividida em pequenas organizações que não são absolutamente capazes hoje de se constituírem minimamente em uma alternativa de direção para a classe trabalhadora. É trágico que, no momento em que o capitalismo coloque em risco até a própria sobrevivência da humanidade em médio prazo, a crise de direção revolucionária (nacional e internacional) esteja tão aguda, nos levando a um cenário aparentemente desalentador.

Estamos perto de completar 10 anos das jornadas de Junho de 2013. Um momento em que ficou amplamente comprovada a completa ausência de até mesmo um embrião de direção revolucionária que fosse capaz de, pelo menos disputar aquele processo. Em menos de um mês, como na conhecida metáfora de Trotsky, o vapor escapou por todos os lados pela falta do pistão e a máquina não fez nada além de barulho. Mais uma vez a História parece ensinar para nenhum aluno, porque as maiores organizações da classe trabalhadora, aquelas que foram totalmente atropeladas pelas jornadas de Junho continuam a fazer a mesma política comezinha, burocrática e… inútil.

Mas, como a classe trabalhadora é movida pela necessidade objetiva de sua sobrevivência, não lhe resta alternativa a não ser lutar, apesar do fiasco de suas direções. Assim, haverá cada vez mais lutas e isso já é percebido, pelo aumento importante no número de greves. Essas lutas acontecerão muitas vezes contra a direção pelega dos sindicatos e movimentos da classe. O crescente ataque ao nível de vida da classe trabalhadora com a reprimarização da economia brasileira no marco da indústria 4.0 e a verdadeira recolonização do Brasil pelos imperialismos, principalmente o chinês, empurram cada vez mais a classe, em desespero, a lutar. Assim, superar o gargalo da crise de direção é a tarefa primordial a ser enfrentada.

Nós da ART temos convicção que nenhuma das organizações existentes hoje pode se reivindicar “O” partido da revolução em nosso país e que a superação dessa crise se dará a partir de ações conjuntas e um debate sério e paciente entre revolucionários. E quando se fala em ação conjunta, se fala em intervenção nas lutas concretas da nossa classe, por trabalho, salário, direitos, moradia, escola, saúde, segurança, aposentadoria, contra as opressões, etc. Todas essas lutas estão no campo sindical e popular. A própria precarização do trabalho enfraqueceu os sindicatos tradicionais, mas a classe foi levada pela necessidade a se organizar de outras formas, como em movimentos de entregadores, ou por local de moradia, movimentos do campo e da cidade, ou na forma que se mostrar mais adequada à demandas concretas de setores de nossa classe. As formas como as lutas surgem ou como a classe se organiza para melhor conduzí-las não seguem uma fórmula pronta, são ditadas pelos ritmos da luta de classes, forjadas na realidade do “chão do mundo”, escritas com o suor e o sangue dos nossos e não pela tinta dos burocratas encastelados em sedes sindicais faraônicas.

A intervenção dos revolucionários nesses processos nunca se deu e nunca se dará apenas através daqueles e daquelas que militam organicamente em suas organizações. Pelo contrário, os revolucionários participam das lutas concretas em unidade de ação com todos aqueles que lutam e disputam sua direção na perspectiva de conseguir o melhor resultado possível e avançar estrategicamente para além dos limites daquela luta particular. Levam a cada luta o programa da Revolução Socialista, o Programa de Transição da IVª Internacional. E nesse processo, os revolucionários organizados se movem juntos com outros revolucionários que não estão organizados, mas que concordam com esse programa, defendem essa luta, mas não querem ser militantes orgânicos de um partido ou coletivo.

A forma de organizar esses valorosos e imprescindíveis militantes é a construção de Frações Revolucionárias no interior do movimento sindical e popular. Essas frações garantem a necessária unidade de ação e o acordo político para a ação no movimento.

Novamente, assim como não temos nenhuma ilusão ou pretensão de ser a única organização revolucionária, ou o “berço da revolução” em nosso país ou no mundo, também temos certeza que existem e existirão outras frentes e/ou frações revolucionárias no movimento e, no futuro, o que se espera é que haja um movimento de aglutinador, centrípeto. Mas, hoje e por hoje, trata-se de construir pequenos núcleos, pequenas frentes. Golpear juntos quando possível, marchar separados enquanto for necessário.

É nesse contexto que a ART chama à construção de uma Fração Revolucionária para atuar no movimento sindical e popular. Se você tem acompanhado nossa atuação, tem acordo com nossos métodos e bandeiras e quer lutar conosco, está convidada para nossa plenária de criação, onde iremos discutir como nos organizar.

Os princípios que baseiam a construção de nossa Fração:

– Lutar com os métodos da classe trabalhadora: greves, ocupações piquetes. Nada de “atos formais” e por procuração. Nosso método fundamental é o da ação direta.

– Oposição de Esquerda ao governo Lula-Alckmin e a todo governo burguês.

– Combate sem tréguas a burocratização que corrói o corpo e a alma do movimento sindical e popular.

– Não aceitar a dissociação da luta contra a exploração da luta contra as opressões. Nem capitular aos desvios estalinistas que negam a luta contra as opressões, nem aos pós-modernos que negam seu caráter classista.

– Ser solidário a todas as lutas da classe trabalhadora, em todos os lugares do mundo.

Se você concorda com esses princípios, venha lutar conosco! Venha construir uma Fração Revolucionária Sindical e Popular com a ART!

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