Companheiros de Eldorado dos Carajás, presentes!
Ontem (17/04), o Massacre de Eldorado dos Carajás, um dos maiores massacres contra os trabalhadores sem-terra, no Brasil, completou 28 anos sem nenhuma punição real aos seus mandantes e executores.
Com o objetivo de forçar o INCRA a desapropriar a Fazenda Macaxeira, fazenda improdutiva, localizada no sudeste do Estado do Pará, os trabalhadores campesinos iniciaram, no dia 10 de abril de 1996, uma marcha que saiu da cidade de Eldorado dos Carajás e que teria como objetivo chegar até a cidade de Belém, onde os trabalhadores seguiriam com suas reivindicações.
No entanto, sob propina de fazendeiros locais e sob as ordens do governador Almir Gabriel, eleito numa coligação que envolveu PSDB, PTB, PDT, PFL, PSB, PCB e PC do B, cerca de 155 policiais militares comandados pelo coronel Mário Colares Pantoja e pelo major José Maria Pereira de Oliveira, abriram fogo contra mais de 1,5 mil trabalhadores rurais.
Com o pretexto de desobstruir a BR-155, que liga o Sul do Pará a sua capital Belém, numa ação premedita, os militares sem identificação e com o uso de armas de fogo assassinaram 21 campesinos. Dos 155 policiais envolvidos no massacre de Eldorado dos Carajás, apenas dois foram julgados e condenados, nenhuma autoridade governamental foi devidamente punida.
Lembrar dos mortos de Eldorado dos Carajás, consequentemente deve nos lembrar que a batalha pela Reforma Agrária segue como uma tarefa democrática não realizável pela burguesia brasileira, e que cabe ao proletariado realizá-la a partir de uma perspectiva socialista, ou seja, uma Revolução Agrária. Assim, devemos recordar os mártires que tombaram em Eldorado dos Carajás e rendê-los as mais justas homenagens mediante a incorporação do espírito de luta daqueles companheiros e companheiras.
Honra e Glória aos mártires de Eldorado dos Carajás!
Nem esquecimento e nem perdão!
Justiça para cada trabalhador tombado na luta!
Por uma Revolução Agrária, fruto da aliança operário-camponesa!