25 DE JULHO: Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha
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O 25 de Julho está longe de ser um dia comemorativo, mas sim, mais um dia de luta onde mulheres negras se juntam ao conjunto da classe trabalhadora para lutar contra a combinação cruel de opressões que é o machismo e o racismo.
Apesar de presentes em todas as atividades efetivamente necessárias para a produção e para a circulação de riqueza, isto é, nas fábricas, no comércio, na agricultura, no transporte público, no trabalho doméstico, etc., as mulheres negras são aquelas que encontram também o peso do racismo e o machismo em todos os lugares e a todo momento.
As mulheres negras seguem com o maior índice de informalidade e negativa dos direitos trabalhistas básicos no país. Em 2023, a renda média de uma mulher negra foi de R$1.948,00, ou seja, um rendimento de apenas 48% do salário médio dos homens brancos.
Além disso, mulheres negras são alvo de intolerância religiosa, da desconfiança, da perseguição e da violência de seguranças em lojas. O processo de criminalização das mulheres negras ainda é agravado por um judiciário racista, machista e burguês.
Isso é ilustrado pelo fato de mulheres negras serem encarceradas por crimes “irrelevantes”, como o furto de uma margarina, enquanto homens brancos que assassinam trabalhadores no trânsito são liberados pela polícia racista.
É justamente pelo fato das mulheres negras serem vítimas de criminalização a todo momento pela polícia e de ser um alvo cotidiano de abordagens injustas ou assassinatos nas periferias das cidades brasileiras, que elas também enfrentam a maior dificuldade no combate à violência doméstica.
Como é possível uma mulher negra confiar plenamente em uma Delegacia de combate à violência, se temos uma polícia racista que constantemente comete crimes e assassinatos contra a população negra? A instituição que comete cotidianamente crimes contra o seu corpo não pode ser a mesma instituição que irá te socorrer!
Tudo isso demonstra que apesar da riqueza ser produzida também pelas mãos dos trabalhadoras negras, os bens sociais e econômicos são descaradamente negados para elas. E essa situação não muda com a simples mudança de governo. Afinal sai governo e entra governo e aqui estamos nós – na base da pirâmide social brasileira. Por isso, o 25 de julho é uma conquista do movimento cotidiano das mulheres negras que lutam contra a dura combinação do machismo e o racismo, esse ambiente hostil de insegurança e silenciamento deve ser cotidianamente combatido, fazendo uma luta combinada contra toda forma de opressão e pela superação do capitalismo, com a criação de uma sociedade socialista onde sejamos verdadeiramente livres e iguais! Assim, vamos às ruas gritar em alto e forte tom: “ SIM, Negra sou! Contra o RACISMO, MACHISMO E O CAPITALISMO!“.